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O NOSSO AMOR PELOS LIVROS

Muita gente já assistiu “Os Fantásticos Livros Voadores do Sr. Lessmore”, de William Joyce e Brandon Oldenburg, que ganhou o Oscar de melhor curta animado em 2012. Ao ver a animação, ficamos tocados pela delicadeza e sensibilidade do curta. Logo no início, o furacão lembra o Mágico de Oz e a pequena Dorothy e ao mesmo tempo faz pensar no furacão Katrina e todos os fenômenos naturais que estão abalando a humanidade. Em seguida temos mais uma referência ao livro de L. Frank. Baum com o caminho de páginas de livros que parece a estrada dos tijolos amarelos.

Enquanto isso, temos a alternância entre imagens coloridas e preto e branco, indicando o ânimo da personagem. Aparece uma moça segurando alguns balões e voando com alguns livros ao seu redor e o Sr. Lessmore é guiado pelos livros para uma casa-biblioteca. A figura de livro que mais “dialoga” com a personagem principal é Humpty Dumpty e começamos a pensar em Alice no País das Maravilhas.

Ao ser acolhido em seu novo lar, doce lar, temos uma cena de dança junto ao piano e o Sr. Lessmore com seu chapéu e sua bengala nos remete, mesmo que vagamente, ao Bert de Mary Poppins.

Então a personagem passa a cuidar dos livros e quando um deles é colocado como um paciente, Humpty Dumpty, mostra que para trazer um livro à vida, basta ler ele. E é esse cuidado e essa dedicação aos livros que nos comove tanto. Ao mergulhar naquelas letras pequeninas, como o Sr. Lessmore, é que nos damos conta de que tudo que está escrito será guardado conosco e assim passa a adquirir um pouco de vida.

O protagonista não guarda os livros para si, eles são divididos e começam a “colorir” a vida de outras pessoas. Até que ao final de sua vida, o Sr. Lessmore sai voando, segurando balões e rodeado de livros para dar lugar a uma nova geração que faça o mesmo que ele.

O que entra em jogo é o amor pelos livros que foi retratado tão singelamente com a animação, nós queremos continuar publicando livros, para que as pessoas possam ler e dar vida a eles. Queremos que o conhecimento contido nesses livros seja distribuído e mantenha-se vivo e não trancado em algum lugar para morrer aos poucos. É com esse amor que conseguimos identificar tantas referências dentro do curta. E é com esse amor que pretendemos continuar publicando livros!